Edição da Noite, SIC Notícias - O legado da Rainha Isabel II

Ontem fui uma das convidadas da Edição da Noite, SIC Notícias, tendo sido entrevistada pela Ana Patrícia Carvalho. Falei em afectos e em valores.

Notei que Isabel II tinha, entre tantas outras qualidades, um profundo sentido de dever, de correcção constitucional e de dignidade - em grande parte porque resistiu às modas, tendo-se mantido fiel a si própria, aos seus valores e tradições, num mundo em permanente mudança, configurando-se, assim, como símbolo de continuidade e de constância no meio de múltiplas tempestades.

Apontei que funcionava como elemento aglutinador do Reino Unido e do Commonwealth - Commonwealth pelo qual tinha grande carinho e o sentimento era recíproco, exemplo disso é o resultado, neste contexto, do referendo australiano.

Elemento aglutinador que não esteve presente (lembremos) no âmbito da União Europeia. Havia a forte percepção, no Reino Unido, de que de um lado permanecia tal Reino e do outro a Europa – designação britânica para o continente europeu. A União Europeia tinha no Reino Unido, em geral, um fim meramente utilitário, agilizando processos, permitindo livre circulação de pessoas, bens e serviços etc.

Carlos III poderá criar um espaço próprio, dotado de valores e de padrões comportamentais bem diferentes ou pode seguir, no todo ou em parte, a receita da Mãe - uma receita imbatível de uma Monarca insubstituível.

RIP